domingo, 25 de setembro de 2011

14 de novembro

Não sei dizer se no ano de 2008 esse foi o dia mais feliz da minha vida! Talvez! Mas, também tenho a sensação de ter sido o primeiro de muitos dias mais felizes!!!

O dia começou antes que eu acordasse! O anjo da guarda dele o acordou e o levou à Igreja bem cedo pra receber pelos dois a Sagrada Comunhão.

Depois de anos de espera! Depois de tantos preparativos! De horas me arrumando e tirando fotos! Chegou a hora de ir pra Igreja! Cheguei a pensar que ter tantos olhares em minha direção durante minha entrada fosse me deixar constrangida! Mas, não fiquei! Estranhamente não fiquei! Estava feliz demais pra isso!

Pude ver e me alegrar com a presença de tantas pessoas ali! Mas, meu pensamento, meu coração estavam em um só lugar: ao lado dele, diante do Altar. Nunca tive tanta certeza de querer estar em um lugar!

Cada momento... as palavras ouvidas... as palavras ditas... a troca de alianças... o momento que nos ajoelhamos... tudo foi vivido de forma muito intensa, num tempo diferente, num tempo de Graça!

Saímos da Igreja, a festa terminou e a vida começou!

E ainda tenho a mesma certeza, de querer permanecer nesse lugar. Ao seu lado, diante do Altar, diante da Presença de Deus!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

As mesmas notas


Às vezes perco o compasso!

Fazer a leitura da partitura de um dia e executar as notas que estão ali, às vezes é complicado, difícil! Me perco! Não sei onde estou! E por isso, é difícil recomeçar!

Pra quem não conhece uma partitura, vê nela apenas desenhos e sinais que não dizem nada. Mas, para quem já aprendeu um pouco sobre a linguagem musical, vê na partitura a oportunidade de descobrir a música que está ali diante dos seus olhos e que dentro de alguns instantes estará sendo executada com precisão.

A partitura diz tudo sobre a música! Basta saber ler!

A vida também nos mostra sinais, que precisamos aprender a ler! A partitura não está pronta! Ainda não pode ser executada com precisão! Ela exige de nós um esforço para aprender a ler! E conseguir ler um pouquinho já é um ponto de partida! Mas, também nos dá o direito de improvisar, e continuar a cada dia compondo nossa própria música, no nosso compasso, no nosso ritmo!

Com o tempo percebemos que algumas coisas se tornam repetitivas, ou constantes na nossa vida, e por isso corremos o risco de nos desinteressar por elas, por não nos apresentarem nenhuma novidade!

As notas musicais são apenas sete! Elas se repetem nos infinitos acordes e melodias que podem formar, e mesmo assim, há sempre uma novidade surgindo a partir delas!

Hoje quero descobrir a novidade deste dia, em coisas que faço todos os dias! As notas podem ser as mesmas, mas a música pode ser nova! Depende da minha leitura e do meu improviso!

Agora, chega de improvisar! Preciso trabalhar!!!

domingo, 14 de agosto de 2011

Silêncio

Como escrever num tempo de SILÊNCIO!? Não sei!!!
Mas, depois de um tempo, e nesse tempo, consegui escrever de novo.

Preciso silenciar diante de algumas coisas para ouvir outras.
Preciso ouvir com mais nitidez o que só o silêncio pode deixar sem ruídos.

Pensamentos... ideias... sentimentos... vontades... esses são os ruídos!

Preciso da nitidez da Voz que com clareza me fala sem cessar!
Pois, apesar Dele já me falar ao "pé do ouvido", ainda não consigo compreender!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Revelação ou Mistério!?

Um amigo é Revelação de Deus ou Mistério de Deus em nossa vida!?

É Revelação quando nos traduz o amor de Deus no abraço acolhedor, na mão estendida pra nos reerguer, no olhar que sem palavras ou nenhum outro gesto é capaz de amar, como antes parecia ser impossível ser amado.

É Revelação quando nos perguntamos: “Meu Deus, que sentimento é esse que me faz assim... tão feliz!?” E o próprio Deus responde: “É meu amor que chega a você também através de um amigo!”

Mas, diante de uma verdadeira amizade, dessas que nos revelam o amor de Deus, ficamos sem entender algumas coisas. E quem vê uma amizade dessas de fora, entende menos ainda!

É um Mistério, quando pessoas tão diferentes se aproximam, continuam a ser tão diferentes e tão unidas ao mesmo tempo!

É uma comunhão incomum, que não se prende ao nosso tempo e espaço! Se ouvimos uma música juntos, aqueles minutos se prolongam por meses! Se alguns quilômetros ousam tentar nos separar, a Eucaristia nos une de forma plena e incondicional!

É Revelação a todo instante! É Mistério a todo tempo! Um amigo é simplesmente Presença de Deus!


Aos meus amigos de todos os tempos e lugares, ou simplesmente, aos meus amigos!




quinta-feira, 14 de julho de 2011

O desafio "Maltrapilho"*

Falar sobre a experiência de “Maltrapilho” ainda é um desafio! Ainda inquieta, ainda é Mistério!

Minha primeira experiência foi: “Meu Deus! Quantas portas já fechei nessa vida! Quantas defeitos já apontei nos outros!” Perceber e assumir meu coração duro não foi fácil! Isso sim, me fez sentir ser também “maltrapilho”.

Geralmente, quando percebo que fiz algo errado, meu primeiro sentimento é de querer ficar só, de não fazer mais nada. Mesmo quando erro sem querer! Preciso de um tempo para me recompor!

Com “Maltrapilho” foi diferente! Diante das inquietações, das verdades e da proposta que a música trás, em momento algum quis e estive sozinha! Tudo começou naquela fria noite de domingo, naquela mesa improvisada, que não tinha nada de improvisada!

Tocar “Maltrapilho” e tantas outras canções com os amigos hoje, é sentar novamente em uma mesa e partilhar a vida. A presença dos amigos, do meu melhor amigo e marido, partilhando comigo os Mistérios que Deus nos revela, tem me dado forças a cada dia para assumir minha condição “maltrapilho” e experimentar que “a Graça de Deus me conforta e me deixa ao fim alcançá-Lo”.


quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sobre a arte ...

Com arte sustentai a louvação (Salmo 32, 3b)

Fui buscar o conceito de arte! E encontrei muitos conceitos!  

Da minha leitura, três palavras permaneceram: habilidade, técnica e beleza. Com essas três palavras posso reler o trecho que citei do Salmo 32, substituindo a palavra arte: “Com habilidade e/ou técnica e/ou beleza sustentai a louvação”.

Hoje, na Igreja, a arte é um meio pelo qual muitos tem se aproximado de Deus. De modo particular pela música, dança e teatro, que são as artes mais populares. Vejo em especial, muitos jovens, sustentando o seu louvor pela arte.

De forma particular, a música, em muitos momentos é minha única oração, o meu sustento, o meio pelo qual me mantenho no movimento de busca ao Grande Artista. Uso essa técnica também para estar em comunidade. Como é bom tocar e rezar com os amigos! Como é bom saber que mesmo os desconhecidos podem ouvir as notas que toco, e serem tocados pela Beleza Divina que as melodias revelam.

Termino hoje, partilhando algumas palavras do Santo Padre, Papa Bento XVI aos artistas:

 “A Igreja e os artistas voltam a se encontrar, a conversar, a apoiar a necessidade de um colóquio que desejo e que deve tornar-se sempre mais intenso e articulado, também para oferecer à cultura, antes às culturas do nosso tempo um exemplo eloquente de diálogo fecundo e eficaz, orientado a tornar esse nosso mundo mais humano e mais belo.”

quinta-feira, 30 de junho de 2011

O meu lugar

No tempo do colégio, estudei em uma escola que premiava os alunos que tiravam as melhores notas. Algumas vezes cheguei a tirar o 3º lugar, e quando isso acontecia, ouvia minha mãe dizer: “Minha filha, você nem estuda muito e tira o 3º lugar! Tenho certeza de que, se você se dedicasse um pouco mais, chegaria ao 1º lugar!”

Mas, eu não queria isso! Nem o primeiro e nem o terceiro lugar! Me sentia constrangida, por minha timidez, em ocupar qualquer lugar de destaque. E por isso, também, sempre gostei de sentar no fundo da sala, encostada na parede. Levantar a mão para fazer uma pergunta ao professor, era um gesto que me consumia muita energia. Raras vezes fiz isso! Só de pensar que ao levantar a mão todos olhariam pra mim, eu já desistia!

Hoje, não sei se era só timidez! Às vezes penso que era também comodismo!

Outro dia, tive a sensação de ouvir Alguém me dizendo: "Filha, você Me busca tão pouco! Se Me buscasse um pouco mais, nem imagina onde poderia chegar! Nem imagina, o que Eu faria!"

Continuo não querendo ocupar lugar de destaque nenhum! Mas, também não quero de forma alguma, permanecer em comodismo nenhum! Já estou bastante desacomodada e incomodada!!!

Quero ocupar o lugar que é meu, que o Senhor reservou pra mim! Meu lugar diante de Deus, e diante daqueles que Ele colocou em minha vida! Quero chegar a Deus, e sei que pra isso preciso antes chegar a muitos!

Sei bem, que depois de sair do comodismo, é preciso buscar, se dedicar, se esforçar... Preciso respirar fundo! E depois, acho até que preciso de coragem; mas, preciso mesmo, é confiar!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Abrindo janelas

Há um tempo atrás, aqui em Minas, era comum ver alguém debruçado na janela de casa com o intuito de ver o movimento da cidade. É uma cena interessante: de dentro de casa, ver o mundo lá fora quando se abre uma janela.
Hoje é comum nos debruçarmos sobre outras janelas, que não são as de nossas casas, mas que também nos mostram o mundo lá fora. E como mostram!
Meu Deus! Quando muitas janelas que me trazem a cor laranja se abrem e começam a piscar na tela do meu computador, ainda fico apavorada! Mas, também já fico fascinada!!!
Antes de abrir esta janela aqui, sobre a qual me debruço agora, pensei muitas vezes, estando diante dela: “Abro ou não abro!?”
Porque, se debruçar na janela, não é só avistar o mundo lá fora! É também se expor a quem passa, ao que acontece! É permitir a quem passa por aqui me olhar! E isso, também, ainda me apavora às vezes!
Mas, apesar de presente, o medo não é o sentimento predominante aqui. O que predomina é o mesmo sentimento de antes, aquela estranha inquietação. E uma estranha certeza! A de que, abrindo janelas, e me debruçando sobre elas, quem passar por aqui, vai descobrir comigo o que há além de uma janela.
Assim, quem sabe mais gente não chega até a garagem!? Quem sabe não vamos precisar aumentar o tamanho da mesa!?

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O milagre da partilha

Era uma fria noite de domingo.
Num impulso, decidimos enfrentar o frio e improvisar uma mesa na garagem.
Esquentamos a pizza de ontem no microondas, e ao som de uma boa música, a partilha começou.
Qual foi essa música, já não lembro! Qual foi o primeiro assunto, também não!
Só sei que a vontade era de passar a noite ali! De sair e buscar outros pra sentar com a gente e sentir aquele calor humano, ou quem sabe Divino!
Quando chegou a hora da despedida, enfrentamos de novo o frio.
No coração ficaram as músicas, as palavras, os olhares... uma estranha inquietação, e o mesmo desejo de permanecer junto.
Mas, cada um precisou seguir de novo seu rumo!
E cada um saiu com o coração cheio de sinais! Sinais de um milagre que começou com a oferta de muito pouco!
Lembra de quando Jesus multiplicou os pães diante daquela multidão!? De como a história termina!?
“Todos comeram e ficaram fartos. Do que sobrou recolheram ainda doze cestos de pedaços” Mt 9,17
A partilha ainda não terminou! A mesa continua lá na garagem! Ainda temos muitas músicas pra ouvir! Ainda precisamos experimentar muitos milagres de Deus!