quinta-feira, 30 de junho de 2011

O meu lugar

No tempo do colégio, estudei em uma escola que premiava os alunos que tiravam as melhores notas. Algumas vezes cheguei a tirar o 3º lugar, e quando isso acontecia, ouvia minha mãe dizer: “Minha filha, você nem estuda muito e tira o 3º lugar! Tenho certeza de que, se você se dedicasse um pouco mais, chegaria ao 1º lugar!”

Mas, eu não queria isso! Nem o primeiro e nem o terceiro lugar! Me sentia constrangida, por minha timidez, em ocupar qualquer lugar de destaque. E por isso, também, sempre gostei de sentar no fundo da sala, encostada na parede. Levantar a mão para fazer uma pergunta ao professor, era um gesto que me consumia muita energia. Raras vezes fiz isso! Só de pensar que ao levantar a mão todos olhariam pra mim, eu já desistia!

Hoje, não sei se era só timidez! Às vezes penso que era também comodismo!

Outro dia, tive a sensação de ouvir Alguém me dizendo: "Filha, você Me busca tão pouco! Se Me buscasse um pouco mais, nem imagina onde poderia chegar! Nem imagina, o que Eu faria!"

Continuo não querendo ocupar lugar de destaque nenhum! Mas, também não quero de forma alguma, permanecer em comodismo nenhum! Já estou bastante desacomodada e incomodada!!!

Quero ocupar o lugar que é meu, que o Senhor reservou pra mim! Meu lugar diante de Deus, e diante daqueles que Ele colocou em minha vida! Quero chegar a Deus, e sei que pra isso preciso antes chegar a muitos!

Sei bem, que depois de sair do comodismo, é preciso buscar, se dedicar, se esforçar... Preciso respirar fundo! E depois, acho até que preciso de coragem; mas, preciso mesmo, é confiar!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Abrindo janelas

Há um tempo atrás, aqui em Minas, era comum ver alguém debruçado na janela de casa com o intuito de ver o movimento da cidade. É uma cena interessante: de dentro de casa, ver o mundo lá fora quando se abre uma janela.
Hoje é comum nos debruçarmos sobre outras janelas, que não são as de nossas casas, mas que também nos mostram o mundo lá fora. E como mostram!
Meu Deus! Quando muitas janelas que me trazem a cor laranja se abrem e começam a piscar na tela do meu computador, ainda fico apavorada! Mas, também já fico fascinada!!!
Antes de abrir esta janela aqui, sobre a qual me debruço agora, pensei muitas vezes, estando diante dela: “Abro ou não abro!?”
Porque, se debruçar na janela, não é só avistar o mundo lá fora! É também se expor a quem passa, ao que acontece! É permitir a quem passa por aqui me olhar! E isso, também, ainda me apavora às vezes!
Mas, apesar de presente, o medo não é o sentimento predominante aqui. O que predomina é o mesmo sentimento de antes, aquela estranha inquietação. E uma estranha certeza! A de que, abrindo janelas, e me debruçando sobre elas, quem passar por aqui, vai descobrir comigo o que há além de uma janela.
Assim, quem sabe mais gente não chega até a garagem!? Quem sabe não vamos precisar aumentar o tamanho da mesa!?

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O milagre da partilha

Era uma fria noite de domingo.
Num impulso, decidimos enfrentar o frio e improvisar uma mesa na garagem.
Esquentamos a pizza de ontem no microondas, e ao som de uma boa música, a partilha começou.
Qual foi essa música, já não lembro! Qual foi o primeiro assunto, também não!
Só sei que a vontade era de passar a noite ali! De sair e buscar outros pra sentar com a gente e sentir aquele calor humano, ou quem sabe Divino!
Quando chegou a hora da despedida, enfrentamos de novo o frio.
No coração ficaram as músicas, as palavras, os olhares... uma estranha inquietação, e o mesmo desejo de permanecer junto.
Mas, cada um precisou seguir de novo seu rumo!
E cada um saiu com o coração cheio de sinais! Sinais de um milagre que começou com a oferta de muito pouco!
Lembra de quando Jesus multiplicou os pães diante daquela multidão!? De como a história termina!?
“Todos comeram e ficaram fartos. Do que sobrou recolheram ainda doze cestos de pedaços” Mt 9,17
A partilha ainda não terminou! A mesa continua lá na garagem! Ainda temos muitas músicas pra ouvir! Ainda precisamos experimentar muitos milagres de Deus!